Maputo - Moçambique. 7500 km de distância. Não nos banhamos no mesmo mar. E ainda assim, naquela cidade, tive a inusitada sensação de estar em casa. Tão distante, mas ao mesmo tempo tão perto.
Andar por alguns lugares da cidade é ver pedaços de Salvador, mas em outra configuração. Passar na frente de uma banquinha na esquina e sentir o cheiro de acarajé, mas comer badjias dentro do pão. Encontrar garotos batendo baba no campo de terra. Ver nas portas das casas mudas de Espada de Ogum e de Iansã.
Nessa série de 7 fotografias, tento transmitir a familiaridade que senti em Maputo e ao mesmo tempo evidenciar suas particularidades ao acrescentar uma característica forte do povo moçambicano: as capulanas. São cenas que facilmente encontramos aqui, com um toque que só poderia ser encontrado lá.
Fotografias publicadas na revista Laroyê III, em maio de 2021.